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18 de Abril de 2024

Novos tempos, nova forma de pensar e agir

há 4 anos

Hoje, meados de abril de 2020, estamos lidando com o dólar comercial a praticamente seis reais, isso mesmo, seis reais, nos meus trinta e poucos anos de vida nunca presenciei tal situação, vemos uma economia oscilante, sem a menor estabilidade, não precisa ser especialista para perceber a inconstância econômica da bolsa de valores que se assusta, tem crises convulsivas e desmaia a menor especulação que circula nos noticiários.

Uma análise econômica, jurídica ou social, não pode ser estabelecida, apenas, com base em algumas notícias fornecidas por um único canal de informação; para se estabelecer um parecer, mesmo que perfunctório sobre determinado assunto, pincipalmente quando se trata de algo que envolve uma situação que não respeita fronteiras, precisamos reunir dados e informações de vários canais, estabelecendo um crivo, no qual põem-se em choque as informações, levando-se em consideração, não somente o cenário local, mas um contexto bem mais amplo a nível internacional, tomando o cuidado de não se ater, tão e simplesmente, a nossa limitada visão sobre o assunto.

O COVID-19 é uma realidade mundial, isso é um fato, algo que vem ocorrendo desde o continente asiático, europeu, enfim, o planeta terra por completo, inclusive as nações mais fechadas e isoladas como é o caso da Coreia do Norte.

Uma situação como essa não pode ser analisada em comparativos com tempos passados, visto que atualmente vivemos tempos, absolutamente, diferente daqueles que vivemos em nossa infância, e olha que só tenho trinta anos.

O planeta terra, hoje, vive o apogeu da globalização em amplos aspectos, atualmente as informações são instantâneas, eu me comunico com os meus amigos no Japão imediatamente, uma simples mensagem causa uma ansiedade terrível, temos que responder, imediatamente, bem diferente dos tempos passados, onde as correspondências levavam dias, semanas e até meses para serem recebidas e a resposta levava o dobro deste tempo, eram lidas e escritas com calma e postadas quando dispusesse de tempo, da mesma forma que as informações emergem instantaneamente, pessoas circulam no mesmo fluxo, assim como os parasitas mortais que abrigam os corpos humanos e suas mentes humanas.

Nesse contexto estamos encarando aquele assassino cruel, que age de forma invisível, atingindo, principalmente, aqueles que são mais vulneráveis e frágeis, outorgando-lhes, quase sempre, um destino cruel de dores e sofrimentos. Indago: Como os políticos zelosos por suas reputações e imagens estão visualizando esse fato? Como os idosos estão encarando a nova realidade com base nas epidemias de seus tempos? Os ministros de Instituições religiosas como tem orientado seus seguidores?

Costumo comentar que o mundo do ontem não existe mais, exatamente; 2020 trouxe consigo uma nova era, inaugurando uma nova forma de agir, de pensar e de comportamento, a questão é: vamos ficar conectados a um passado vivendo nossos mitos que não mais existem, não tem mais aplicação ou vamos pensar em como agir e como comportar-se diante dos novos desafios emergidos nesta nova década.

Como falei anteriormente, vivemos novos tempos, entretanto, afirmo isso sem rogar a lendas milenares ou profecias escritas por profetas ou emissários divinos, afirmo a existência de novos tempos a partir de uma observação atual com base em rápida análise política e socioeconômica.

Atualmente, vivendo trancafiados em nossos aposentos, temos nossa visão de mundo limitadas pelos canais de comunicação aos quais estamos conectados, bem como aos limites de nossa capacidade cognitiva, assistindo aos terrores dos telejornais, aos dramas e comédias compartilhados nas redes socias onde as fofocas tramitam de forma imediata não importando a veracidade, vencendo quem informa primeiro, da esquerda para a direita do egoísmo e ao duelo da classe política aos cientistas.

O último ponto para mim é o mais delicado, pois neste momento, como já falei, estamos no linear de novos tempos, sem precedentes.

Por se tratar de um ponto de vista e por necessidade de um delinear do monologo faz-se necessário definir um limite, estamos analisando o atual momento, vivido no nosso atual contexto.

No cenário atual, onde a economia encontra-se praticamente parada em virtude de decretos que limitam a circulação dos transeuntes a obtenção de bens de consumos extremamente necessários a subsistência enquanto durar a pandemia.

Percebemos uma batalha entre governanças nos diversos seguimentos políticos e hierárquicos, onde o discurso varia ora em prol do povo ora em prol da situação econômica, uma situação que põe em cheque a economia e a saúde pública, nessa questão quem prevalecerá? Um embate significativo entre o meu e o nosso, entre o eu e nós, entre o singular e o plural, o conflito não se restringe, atualmente, somente entre lideranças políticas de uma mesma nação, já estamos presenciando líderes desviando e usurpando equipamentos médicos essenciais à vida que foram adquiridos por um pais e está sendo desviado para outro.

Quais as estratégias dos ente políticos neste momento de crise, pois o que vemos é um punhado, bem limitado, um discursos bem leigos; não me refiro aos chefes políticos terraplanistas, vemos que o único desiderato é o cenário econômico, pouco importando a saúde, onde resta evidente o ceticismo com relação às recomendações científicas e o prevalecimento de ideias de cunho eminentemente satisfatório aos aliados que pressionam por medidas benéficas.

Evidentemente a manutenção da economia é situação necessária para a estabilização da máquina estatal, mas até que ponto estamos dispostos a colocar em risco a saúde dos outros para manutenção da própria imagem e manter a capacidade econômica de meia dúzia de empresários e pegureiros mefistofélicos.

Com o dólar comercial hoje há quase seis reais, vem logo aquela velha ideia: coitados dos que queriam passar suas férias na Disney, tal pensamento vem sempre acompanhado de um riso sarcástico, pois bem, caro leitor, o impacto não vai se restringir aos blogueiros da classe média ou para quem viaja de férias, isso é o mínimo.

No Brasil temos indústrias rudimentares onde processamos insumos para produção de bem de consumo, entretanto, a grande maioria dos insumos, bem como produtos mais elaborados como os equipamentos eletrônicos vem de fora, resultado: depois da crise há uma grande possibilidade de que os preços disparem, só então vamos, talvez, perceber a importância de o dólar se manter, minimamente, controlado.

Pior que tudo isso é a culpa de uma política restrita a interesses minimamente econômicos, voltados à satisfação dos interesses daqueles que ajudaram à classe política a alçar os cargos públicos e quando digo isso não me restrinjo ao atual cenário, tal fato vem sendo observado há várias gestões em todos os âmbitos.

Enquanto trancafiados em nossos lares não percebemos a situação do mundo lá de fora, onde está aquele pintor, o vendedor de picolé, a diarista, o informal ou a informal que, atualmente, estão sem renda; como fica aquele profissional da saúde, o frentista, o pessoal da farmácia e do mercado. Então, neste momento temos a possibilidade de fazer um exame de consciência, exatamente, ninguém melhor para fazer esse julgamento que nos mesmos, atualmente, estamos, apenas, preocupados conosco ou será que a vida do outro também importa?

Se o resultado da consciência foi, poxa é verdade, o outro importa e o que posso fazer para ajudá-lo, realmente você está fazendo parte da mentalidade surgida nestes novos tempos, mas se a conclusão foi exatamente o contrário, sinto muito informar, mas você, amigo, faz parte de um tempo que não existe mais.

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1 Comentário

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Muito bom o "resumo da ópera". O que eu tenho visto, infelizmente, é que as pessoas são boas em pregar um discurso bonito, mas quando a ação não convém a história muda e começa um rolo de contradição sem fim. Falo isso com base nas conversas que tão rolando nos grupos da minha própria família e tentar mudar a mentalidade de tais pessoas requer um tempo que ninguém tá podendo perder. continuar lendo